quinta-feira, 27 de novembro de 2008

BEIJO QUENTE

Ingredientes:
- ½ quilo de amendoim cru

- ½ quilo de açúcar
- 3 colheres bem cheias de achocolatado em pó
- um pouco de água
- uma pitada de bicarbonato de sódio para não deixar o doce escuro.

Modo de preparar:

Misture todos os ingredientes em uma panela e mexa bem.
O segredinho da receita é o ponto em que o açúcar derrete no fundo da panela – é necessário tirá-lo logo da panela e mexer para não ficar grudado.
O beijo quente fica bem soltinho e de dar água na boca.
A criançada adora, e os adultos também.

Fonte: Globo Rural

BUDA E O TAPA NA CARA

Buda estava sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos. Um homem se aproximou e deu-lhe um tapa no rosto. Buda esfregou o local e perguntou ao homem:
- E agora? O que vai querer dizer?
O homem ficou um tanto confuso, porque ele próprio não esperava que, depois de dar um tapa no rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: “E agora?” Ele não passara por essa experiência antes. Ele insultava as pessoas e elas ficavam com raiva e reagiam. Ou, se fossem covardes, sorriam, tentando suborná-lo. Mas Buda não era num uma coisa nem outra; ele não ficara com raiva nem ofendido, nem tampouco fora covarde. Apenas fora sincero e perguntara: “E agora?” Não houve reação da sua parte.
Os discípulos de Buda ficaram com raiva, reagiram. O discípulo mais próximo, Ananda, disse:

- Isso foi demais: não podemos tolerar. Buda guarde os seus ensinamentos para o senhor e nós vamos mostrar a este homem que ele não pode fazer o que fez. Ele tem de ser punido por isso. Ou então todo mundo vai começar a fazer dessas coisas.
- Fique quieto – interveio Buda – Ele não me ofendeu, mas você está me ofendendo. Ele é novo, um estranho. E pode ter ouvido alguma coisa sobre mim de alguém, pode ter formado uma idéia, uma noção a meu respeito. Ele não bateu em mim; ele bateu nessa noção, nessa idéia a meu respeito; porque ele não me conhece, como ele pode me ofender? As pessoas devem ter falado alguma coisa a meu respeito, que “aquele homem é um ateu, um homem perigoso, que tira as pessoas do bom caminho, um revolucionário, um corruptor“. Ele deve ter ouvido algo sobre mim e formou um conceito, uma idéia. Ele bateu nessa idéia. Se vocês refletirem profundamente, continuou Buda, ele bateu na própria mente. Eu não faço parte dela, e vejo que este pobre homem tem alguma coisa a dizer, porque essa é uma maneira de dizer alguma coisa: ofender é uma maneira de dizer alguma coisa. Há momentos em que você sente que a linguagem é insuficiente: no amor profundo, na raiva extrema, no ódio, na oração.
Há momentos de grande intensidade em que a linguagem é impotente; então você precisa fazer alguma coisa. Quando vocês estão apaixonados e beijam ou abraçam a pessoa amada, o que estão fazendo? Estão dizendo algo. Quando vocês estão com raiva, uma raiva intensa, vocês batem na pessoa, cospem nela, estão dizendo algo. Eu entendo esse homem. Ele deve ter mais alguma coisa a dizer; por isso pergunto: “E agora?”
O homem ficou ainda mais confuso! E Buda disse aos seus discípulos:

-Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anos comigo e ainda reagem. Atordoado, confuso, o homem voltou para casa. Naquela noite não conseguiu dormir.
Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda. De novo, Buda perguntou-lhe:

-E agora? Esse seu gesto também é uma maneira de dizer alguma coisa que não pode ser dita com a linguagem. Voltando-se para os discípulos, Buda falou:
-Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo alguma coisa. Este homem é uma pessoa de emoções profundas.
O homem olhou para Buda e disse:
- Perdoe-me pelo que fiz ontem.
- Perdoar? – exclamou Buda. – Mas eu não sou o mesmo homem a quem você fez aquilo. O Ganges continua correndo. Nunca é o mesmo Ganges de novo. Todo homem é um rio. O homem em quem você bateu não está mais aqui: eu apenas me pareço com ele, mas não sou mais o mesmo; aconteceu muita coisa nestas vinte e quatro horas! O rio correu bastante. Portanto, não posso perdoar você porque não tenho rancor contra você. E você também é outro, continuou Buda. Posso ver que você não é o mesmo homem que veio aqui ontem, porque aquele homem estava com raiva; ele estava indignado. Ele me bateu e você está inclinado aos meus pés, tocando os meus pés; como pode ser o mesmo homem? Você não é o mesmo homem; portanto, vamos esquecer tudo. Essas duas pessoas: o homem que bateu e o homem em quem ele bateu não estão mais aqui. Venha cá. Vamos conversar.

Osho; Intimidade Como Confiar em si mesmo e nos outros

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SUBIR LADEIRA DE MANEIRA MAIS FÁCIL!

FAHRRAD LIFT
É o primeiro elevador do mundo que funciona através de uma corda em um canal sob a estrada footplate rebocado.
Foi construido em 1993. Tem 130 m de comprimento. A velocidade é de 7.4 mph.
Fica em Trondheim na Noruega.








Fim da ladeira!
Quem quiser ver o vídeo:

CARACTERÍSTICAS DE JESUS E O "PAI NOSSO" EM ARAMAICO

Recebi um vídeo (final do texto) da minha querida amiga Vera Franco que achei interessantíssimo! Levou-me a reflexão e quero contribuir um pouco para que também outras pessoas o conheçam; não só a carta com as características de Jesús, mas principalmente o "Pai Nosso" em aramaico.
CARTA DO SENADOR PÚBLIO LENTULUS AO IMPERADOR TIBÉRIO CÉZAR, DESCRENVEDO AS CARACTERÍSTICAS MORAIS E FÍSICAS DE JESUS.
"Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.
Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.
A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais, visto por estas partes uma mulher tão bela, porém, se a majestade tua, ó Cezar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.
De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles eu o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido. Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo... Públio Lentulus, presidente da Judéia Lindizione setima, luna seconda.”
(Este documento foi encontrado no arquivo do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, onde se faz o retrato físico e moral de Jesus, foi mandada de Jerusalém ao imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.)

PAI NOSSO EM ARAMAICO -
(traduzido para o português)

Na Igreja do Pai Nosso, no Monte das Oliveiras, em Jerusalém, na Palestina, há versões da oração "Pai Nosso", ensinada por Jesus Cristo, em centenas de idiomas falados pelo mundo, inclusive o português.
Existe lá, também, a versão em aramaico, que está gravada em uma pedra de mármore branco. O aramaico originário da Alta Mesopotâmia (séc. VI AC), era o idioma usado pelos povos da região e era a língua na qual Jesus Cristo falava às pessoas.
Há uma tradução livre, do aramaico para o português, do Pai Nosso gravado na pedra, e da qual provavelmente se derivou à oração que conhecemos da Bíblia. Reproduzimos abaixo a pedra e sua tradução:
ABVUM D'BASHMAÍA
"Pai-Mãe, respiração da Vida, Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos! Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil.
NETCÁDASH SHIMÓCH

Ajude-nos a seguir nosso caminho Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
TETÊ MALCUTÁCH UNA

Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas.
NEHUÊ TCEVIANÁCH AICANA D'BASHIMÁIA AF B'ARHA

Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só, em toda a Luz, assim como em todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.
HÔVLAN LÁCMA D'SUNCANÁN IAOMÁNA

Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
UASHBOCAN HÁUBEIN UAHTEHÍN AICÁNA DÁF QUINAN SHBUOCÁN L'HAIABÉIN

Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iludam. E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
UÊLA TAHLAN L'NESIÚNA. ÊLA PATSSAN MIN BÍXA

Não nos deixe ser tomados pelo esquecimento de que o Senhor é o Poder e a Glória do mundo, a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.
METÚL DILÁHIE MALCUTÁ UAHÁILA UATESHBÚCTA LÁHLÁM.

Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.
ALMÍN

Amém!”

Fontes:
http://www.radioriodejaneiro.am.br/anx/CartaPublioSobreJesus.pdf
e
http://www.grandefraternidadebranca.com.br/pais_nossos.htm

http://www.youtube.com/watch?v=noe4RQxPM7k

domingo, 23 de novembro de 2008

BOLO DE MEXERICA

Tânia Maria de Itatiaia, Ouro branco recebeu o título da melhor receita regional no 8º festival de Quitanda, em Congonhas, concorrendo com 49 receitas. É receita de família. Quem experimentar vai saber porque aprovo o que comentaram no site abaixo.

Bolo de Mexerica
Ingredientes:
3 ovos
1 xícara de (chá) óleo
2 mexericas inteiras com casca
2 xícaras de (chá) açúcar
2 xícaras de (chá) farinha de trigo
1 pitada de sal
1 colher de (sopa) fermento em pó
Modo de fazer:
Bater no liquidificador os ovos, óleo e mexerica, coar.
Colocar numa vasilha e bata com os outros ingredientes.
Coloque num tabuleiro untado e polvilhado com farinha.
Leve ao forno para assar.
Depois de assado coloque por cima caldo de mexerica misturado com açúcar refinado.




Dica: Já fiz a mesma receita com laranjas e ficou ótimo! Não coei. Tirei as sementes e coloquei o bagaços e a cascas na massa.

http://www.jornaltribunalivre.com.br/colunas/culinaria/mai2008/06_05_2008_bolo%20de%20mixirica.htm

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

MARIZA NUNES

Esta rapariga portuguesa é uma «cantadeira de fados», conhecida mundialmente.
Foi à única portuguesa até hoje a integrar os concertos do Live 8 e a interpretar música portuguesa no Carnegie Hall, em Nova Iorque, a mais conceituada sala de espetáculos do mundo!
O seu concerto para milhares de pessoas no Royal Albert Hall consagrou-a como cantora, e tornou-se uma das vozes portuguesas mais internacionais, presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Snata Barbara, a Salle Pleyel, em Paris, ou a Ópera de Sydney.

Segundo o jornal britânico The Guardian a fadista é «uma diva da música do mundo».
Ela se emocionou, eu me emocionei e espero que você também se emocione com esta apresentação:

“Povo da minha terra”.
(Esperem carregar o vídeo para não atrapalhar a emoção)

http://www.youtube.com/watch?v=TeOhPR_0x8E


DAR E RECEBER

Dar e receber são duas virtudes da vida humana. Conseguir exercitar o dar e o receber é a essência da convivência. Há uma proporção de equilíbrio entre o dar e o receber. De acordo com que se dá se recebe. Esta é a lei da mente.
Há também o princípio da lei de causa e efeito, quem doa acaba recebendo fatalmente, pois não há conseqüência sem causa.
Jesus disse: “Pedi, e dar-se-vos-á!"
Muitas pessoas não são atendidas porque não providenciaram os preparativos para receberem, não estavam receptivas, isto é, não dera o que os outros necessitavam e que o que elas poderiam ter dado de melhor. Para prosperar é necessário ter “fukuden” (acúmulo de boas ações oferecidas no passado), sem isto não adianta se esforçar porque a riqueza não será atraida.
Este dar pode ser o mais variado possível. O importante é colocar a força vital para trabalhar em benefício de alguém. Isto é uma forma de amar e esta prática do amor nos levará para perto de Deus, principalmente se esta doação for desinteressada.
É importante também estar receptivo para receber. Certas pessoas têm dificuldade em ouvirem algo bom a seu respeito ou ganharem uma coisa valiosa. Podem estar escondendo a baixa auto-estima porque não acreditam ser merecedoras disso.
As dádivas precisam ser recebidas com profundo sentimento de gratidão.

Como conseguir a riqueza:
1º. Praticar atos de amor ao máximo para acumular muito “fukuden”.
2º. Pedir a Deus algo que se deseje e que obviamente deva estar de acordo com os planos divinos.
3º. Agradecer por todas as coisas que estão à disposição. Agradecer antecipadamente às coisas que já estão sendo dadas.
4º. Ficar em harmonia com todas as coisas do céu e da terra e aguardar com a mente alegre e otimista o resultado.

Algumas maneiras de praticarmos o amor e nos doarmos no nosso dia a dia:
. Fazer orações para amigos que estão passando por dificuldades.
. Doar objetos que já não se usa mais.
. Abraçar um amigo. .
. Emprestar um bom livro.
. Reciclar o lixo doméstico. .
. Perdoar aos outros e a nós mesmos. .
. Respeitar as leis do trânsito. .
. Elogiar as pessoas sempre. .
. Ouvir as histórias que os idosos tenham para contar, mesmo que seja pela quinta ou oitava vez. . Dizer as pessoas queridas o quanto elas são queridas. .
. Dar um colinho amigo a quem esteja necessitado. .
. Ceder o lugar sempre que puder. .
. Nunca esquecer de agradecer um presente recebido. .
. Gravar um CD e presentear a um amigo com o assunto que com certeza ele gostará. .
. Enviar boas notícias, mensagens e recadinhos para os amigos pela internete, por carta ou por telefone. .
. Dar boas vindas a um novo vizinho ou a um colega de trabalho. .
. Cumprimentar os que se sentem marginalizados pela sociedade: varredores de ruas, coveiros, faxineiros, coveiros e até mendigos. Olhar para os seus olhos com amor. Isto fará com que por alguns instantes eles percebam que existem. Que alguém os vê!.
. Plantar uma árvore. .
. Ler uma história para quem não possa ler. .
. Ouvir um amigo que precise desabafar.
. Ouvir a mesma história quantas vezes for necessário por uma pessoa idosa, que já perdeu a noção do que falou e do que deixou de falar!.
. Oferecer um pedaço de bolo a um colega, a porteiro ou vizinhos.
. Olhar de maneira simpática para estranhos na rua. Conforme o caso, cumprimentar .
. Cuidar de um bichinho abandonado. .
. Ajudar financeiramente uma boa causa seja ela religiosa, solidária, ou filantrópica.
. Fazer uma visita a alguém hospitalizado. .
. Lavar uma louça, varrer um quintal, molhar as plantas, tirar uma mesa, fazer algo qualquer, por menor que seja e fazer o outro feliz. .
. Ficar alegre com sucesso do outro.
. Brincar com os filhos, sobrinhos ou netos.
. Ajudar nas tarefas escolares sem causar dependência. .
. Conversar com comerciantes, empacotadores, ascensoristas, motoristas, etc. .
. Ter compaixão e vibrar amor para todas as pessoas, coisas e fatos da natureza. .
. Ser voluntário em uma boa obra. .
. Colaborar com a humanidade.
. Doar, receber e agradecer!.
(Rosemary Ventura)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

CITRONELA – REPELENTE NATURAL

A planta forma uma touceira densa, suas folhas são longas, com bordas cortantes e de coloração verde clara, idêntica ao capim-limão . Difere deste apenas pelo aroma, que é suave, com perfume de limão, ao contrário da citronela que é bastante forte, talvez até um pouco enjoativo.
Citronela é o nome popular, pode ser encontrado ainda com os seguintes nomes: capim-citronela, citronela-do-ceilão (C. nardus), cidró-do-Paraguai, citronela-de-java (C. winterianus).
O nome científico é "Cymbopogon winterianus" , originaria do Ceilão, da Índia, e de Java.
Parte usada são as folhas e os colmos.
A citronela é bastante conhecida pelos seus efeitos repelentes, principalmente contra mosquitos, moscas, dengues e borrachudos. Tanto poder tem uma razão química: o óleo essencial tem mais de oitenta componentes, entre eles citronelal, geraniol e limoneno, agentes que afugentam os insetos.
Pode ser plantada em vasos e jardineiras, assim como em canteiros adubados ou como bordadura em áreas grandes. Apresenta efeitos alelopáticos positivos quando plantada em conjunto com outras plantas, repelindo pragas e desta forma protegendo as companheiras.
Deve ser cultivada a pleno sol, em solo fértil, bem drenável e enriquecido com matéria orgânica para uma boa produção. Seu crescimento é bastante rápido, o que pode requerer um desbaste periódico. Utilize sempre luvas ao trabalhar com a citronela, pois as bordas das folhas produzem cortes superficiais na pele.
Tipicamente tropical, não tolera frio intenso ou geadas. Multiplica-se facilmente pela divisão das touceiras.O bagaço de citronela pode ser utilizado na alimentação animal. Diz-se também que repele gatos de hortas e canteiros.
A essência de citronela é utilizada em perfumes, velas e incensos repelentes, aromaterapia, desinfetantes e armazenagem de alimentos. Segundo a aromaterapia, tem propriedades tônica, anti-séptica e desinfetante.
É usada também na aromoterapia em casos de nervosismo, ansiedade, agitação, etc.
Aproveite os efeitos da citronela com as receitas a seguir:

Óleo de citronela para o corpo
Misture uma parte de óleo essencial de citronela (de boa procedência) com duas partes de óleo de amêndoa, uva ou camomila. Para bebês, a mistura pode ser mais diluída, feita com uma parte de óleo essencial para três de óleo-base.

Dentro de casa
Para ambientes com até 16 m2, pingue três gotas do óleo essencial de citronela na água de um difusor (peça de cerâmica encontrada em farmácias homeopáticas e casas especializadas em aromaterapia). Se necessário, renove a água com essência a cada cinco horas. A aromaterapeuta Maria Mizrahi recomenda ligar o aparelho duas ou três horas antes da utilização do ambiente, pois o aroma é cítrico e pode irritar as vias respiratórias ou causar sensação desagradável.

No vaso, no canteiro e no jardim:
Por ser um tipo de capim, a citronela é de fácil multiplicação e não requer grandes cuidados. Reparta as mudas (tiradas de uma touceira ou adquiridas em lojas de jardinagem), corte as folhas e enterre o talo verde com um chumaço de raiz numa cova de tamanho proporcional, cavada em lugar ensolarado. Cubra com terra misturada a material orgânico (esterco de galinha ou gado). A planta atinge 1 m de altura e de circunferência e não costuma atrair pragas.

Fontes:
. www.jardineiro.net/br/banco/cymbopogon_winterianus.php - 16k -
. Ivany Turíbio - Revista Bons Fluídos/Reportagem Fotográfica: Ana Paula Wenzel/Fotos: Christian Parente


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

CHINKA E O PAR DE "LÓTUS DOURADO"

Ao longo da História, várias foram as culturas que optaram por exagerar diversas partes do corpo.
Na China, era costume forçar a natureza, exagerando a pequenez do pé feminino. Os pés das mulheres eram enfaixados, um processo extremamente doloroso que começava na infância. As mães exigiam que as filhas, a partir dos sete anos, envolvessem os pés minúsculos numa ligadura especial, com 5 centímetros de largura e 3 metros de comprimento, que obrigava os dedos menores a encaracolarem-se para trás e para baixo, deixando livre apenas o dedo grande. À medida que a ligadura ia sendo apertada, a sola do pé aproximava-se cada vez mais do calcanhar. Depois de vários anos deste tratamento, o pé ficava deformado para sempre, comprimido e atrofiado, quase como um pequeno casco, Os pés cabiam então nos pequenos sapatos requintadamente bordados, apenas com alguns centímetros de comprimento, que eram confeccionados para as senhoras da alta sociedade.
O pé pequeno semelhante a um casco, chamado Lótus Dourado, era considerado o máximo da beleza pelos homens chineses. Como as mulheres têm os pés menores que os homens, o exagero dessa diferença traduzia-se num excesso de feminilidade para a mulher. Só as camponesas é que tinham os pés achatados, ou "pés de pato", como lhes chamavam com sarcasmo. (E não é de admirar que a história da Cinderela - cujas irmãs, muito feias, não conseguiram enfiar os pés enormes no minúsculo sapatinho - seja de origem chinesa.)
O hábito chinês dos pés enfaixados durou quase um milênio, desde o século X até ao início do século XX, quando foi finalmente suprimido, devido à sua crueldade.

O fato de ter subsistido durante tanto tempo deve-se à sua dupla importância: o pé não só era uma zona erótica, como era um símbolo de um estatuto social elevado. As mulheres que tinham os pés enfaixados não podiam executar trabalhos manuais.
Ter um par de Lótus Dourados equivalia a uma vida inteira de reclusão palaciana, de inatividade forçada e de fidelidade.















segunda-feira, 10 de novembro de 2008

TRÊS DE CADA LADO















“A janela a jovem Elza
Trabalhava em seu bordado
Seis madeixas ela tinha,
Sendo três de cada lado

Um rapaz que então passava,
Elegante e bem trajado,
Com seis fios de bigode,
Sendo três de cada lado.

Pela moça que bordava,
Ficou logo apaixonado,
Seis beijinhos enviou-lhe,
Sendo três de cada lado.

O pai que a cena avistara
Desceu raivoso e apressado,
E deu-lhe seis bengaladas
Sendo três de cada lado.”


Esta preciosidade encontrei no fundo do baú, no caderno de poesias da minha mãe. Quando pequena achava interessante e continuo achando. (risos)

PERFUME DE MULHER

Sinopse:
Para ganhar dinheiro para pagar a viagem a casa nas férias de Natal, Charlie (Chris O'Donell) um estudante de origens modestas, aceita tomar conta de um Oficial do Exercito reformado, Frank Slade (Al Pacino), durante o dia de Acção de Graças (Thanksgiving, feriado nos Estados Unidos da América). O Coronel Frank Slade, arrasta Charlie para Nova Iorque para um fim-de-semana alucinante...
Frank Slade (Al Pacino) é um tenente-coronel cego, que resolve viver um final de semana inesquecível antes de se suicidar. Passa a se preocupar com se os problemas pessoais do rapaz.
Durante sua preparação para interpretar Frank Slade, Al Pacino recebeu a ajuda de uma escola para cegos. O próprio ator afirmou que buscou realmente "tornar-se cego" durante as filmagens, utilizando o truque de não focar seus olhos em nada que estivesse em cena.
Para interpretar a famosa cena de Tango, Al Pacino preparou-se tendo aulas intensivas de tango no estúdio de Dança Dance Sport em Manhattan. Foram precisos quatro dias para filmar a seqüência de dança.
Premiações - Ganhou o Oscar de Melhor Ator (Al Pacino), além de ter recebido outras três indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado.



Lindo filme! Excelente interpretação de Al Pacino! Imperdível! Gostei demais e sugiro a quem ainda não o assistiu a assistir. E para quem já assistiu um “repeteco” da cena mais marcante do filme. O tango que vamos ouvir é "Por una cabeza" de Carlos Gardel. Todas as vezes que eu a vejo, fico comovida.



http://www.youtube.com/watch?v=XSIvWzhLrT8

sábado, 8 de novembro de 2008

O ESPÍRITO DE ALOHA

" O Espírito de Aloha é uma referência bem conhecida da atitude de aceitação amistosa pela quais as Ilhas Havaianas são bem famosas. No entanto, também se refere a uma maneira poderosa de resolver qualquer problema, atingir qualquer meta e, ainda, atingir qualquer estado de mente ou espírito que se deseje.
Na língua havaiana Aloha significa muito mais do que "alô" e "adeus" ou "amor". Seu significado maior é: compartilhar (alo) com alegria (oha) da energia da vida (ha) no presente (alo)”.
Ao compartilharem essa energia, vocês se tornarão conectados ao Poder Divino que os havaianos chamam de mana. E o uso amoroso deste Poder incrível é o segredo para se obter saúde, felicidade, prosperidade e sucesso verdadeiros.
A maneira de se conectarem a este Poder e fazer com que ele opere a seu favor é tão simples, que vocês poderão ficar tentados a descartá-la como sendo fácil demais para ser verdade. Por favor, não se deixem enganar pelas aparências.
Esta é a técnica mais poderosa no mundo e, embora seja extremamente simples, pode vir a se tornar difícil, uma vez que precisará se lembrar de fazê-la - e será necessário fazê-la REPETIDAMENTE. Trata-se de um segredo passado à humanidade por inúmeras vezes e, mais uma vez agora, de uma outra maneira. O segredo é este:
Abençoem todos e tudo que representem o que vocês desejam.
É só isso. No entanto, qualquer coisa tão simples assim requer alguma explicação. Abençoar algo significa reconhecer ou dar ênfase a uma qualidade, característica ou condição positiva, com a intenção de que aquilo a que se reconhece ou enfatiza venha a crescer, perseverar (persistir) ou vir a ser.
Em primeiro lugar, o foco positivo de sua mente mexe com a força positiva, criativa, do Poder. Segundo, move a sua própria energia para fora, permitindo que uma parte maior do Poder passe através de vocês. Terceiro, quando vocês proferem bênçãos para o benefício de outros, ao invés de o fazerem para si mesmos, há a tendência de se ultrapassar quaisquer medos subconscientes a respeito do que se deseja para si mesmo; e, também, o próprio foco em si sobre os atos de abençoar faz com que o mesmo bem aumente na própria vida. A beleza desse processo é que a bênção proferida em favor de outros ajuda a estes, bem como a vocês mesmos.

As bênçãos podem ser proferidas com a ajuda de visualização ou toque; porém, a maneira mais comum e fácil de fazê-lo é através de palavras. Os principais tipos de bênçãos verbais são:

ADMIRAÇÃO: Trata-se do ato de cumprimentar ou louvar algo bom que se note. Ou seja, “Que belo pôr-do-sol; gosto de seu vestido; você é tão divertido.”

AFIRMAÇÃO: Trata-se de uma declaração específica de bênção para aumento ou continuação do estado descrito: “Abençôo a beleza desta árvore; abençoada seja a saúde de seu corpo.”

APRECIAÇÃO: Trata-se de uma expressão de gratidão a respeito de algo bom que existe ou que tenha ocorrido: “Obrigado, Deus, por me haver ajudado; agradeço à chuva por nutrir a terra.”

EXPECTATIVA: Trata-se de uma bênção para o futuro: “Teremos um ótimo piquenique; abençôo sua renda sempre crescente; obrigado (a) pela (o) minha (meu) companheira (o) perfeita (o); desejo-lhe uma ótima viagem; que o vento sopre sempre a seu favor.”
A fim de se obter o maior benefício possível de uma bênção, vocês terão de desistir ou renunciar à única coisa que a anula: o ato de amaldiçoar. Isto não se refere aos palavrões, mas ao oposto da bênção; ou seja, criticar, ao invés de admirar; duvidar, ao invés de afirmar; culpar, ao invés de apreciar; e se preocupar, ao invés de aguardar com confiança. Quando quer que tais atitudes sejam tomadas, elas tendem a cancelar alguns dos efeitos da bênção. Assim, quanto mais vocês amaldiçoarem, mais difícil e demorado será obter bons resultados da bênção. Por outro lado, quanto mais se abençoar, menos mal farão as maldições.
Aqui, então, vão algumas idéias para se abençoar várias necessidades e desejos:

SAÚDE: Abençoem pessoas, animais e até mesmo plantas saudáveis; tudo o que seja bem feito ou bem construído; e tudo o que expresse energia abundante.

FELICIDADE: Abençoem tudo o que seja bom, ou o bem que há em todas as pessoas e coisas; todos os sinais de felicidade que vocês virem, ouvirem ou sentirem nas pessoas e animais; e todos os potenciais para a felicidade, que perceberem ao seu redor.

PROSPERIDADE: Abençoem todos os sinais de prosperidade em seu ambiente, inclusive tudo o que o dinheiro ajudou a fazer ou construir; todo o dinheiro que vocês possuírem, sob qualquer forma; e todo o dinheiro que circula no mundo.

SUCESSO: Abençoem todos os sinais de realização e completeza (como edifícios, pontes e eventos esportivos); todas as chegadas a destinos (navios, aviões, trens, carros e pessoas); todos os sinais de movimento de progresso ou persistência; e todos os sinais de alegria e diversão.

CONFIANÇA: Abençoem todos os sinais de confiança em pessoas e animais; todos os sinais de fortaleza nas pessoas, animais e objetos (incluindo-se o aço e o concreto); todos os sinais de estabilidade (como as montanhas e árvores altas); e todos os sinais de poder com propósito (incluindo-se grandes máquinas e fontes de energia).

AMOR E AMIZADE: Abençoem todos os sinais de carinho e cuidado, compaixão e apoio; todos os relacionamentos harmoniosos na natureza e na arquitetura; tudo o que esteja ligado a alguma coisa, ainda que a esteja apenas tocando gentilmente; todos os sinais de cooperação, como nos jogos ou no trabalho; e todos os sinais de risos e alegria.

PAZ INTERIOR: Abençoem todos os sinais de quietude, calma, tranqüilidade e serenidade (como águas plácidas, por exemplo); todas as vistas distantes (horizontes, estrelas, a Lua); todos os sinais de beleza, advindos da visão, som ou toque; cores e formas definidas; os detalhes de objetos naturais ou manufaturados.

CRESCIMENTO ESPIRITUAL: Abençoem todos os sinais de crescimento, desenvolvimento e mudança na Natureza; as transições do amanhecer e do entardecer; o movimento do sol, da lua, dos planetas e estrelas; o vôo dos pássaros no céu; e o movimento dos ventos e do mar.
As idéias acima são para sua orientação, caso vocês não estejam acostumados a abençoar; porém não se limitem a elas. Lembrem-se de que qualquer qualidade, característica ou condição pode ser abençoada (por exemplo, vocês podem abençoar postes finos e animais magros para encorajar a perda de peso), quer haja existido, exista no momento, ou exista apenas em sua imaginação."
(de Serge Kahili King - tradução de Ivonete R. Mascara -Vivi)

Renda-se quando alguém colocar no seu pescoço um colar de flores. Ele só está sendo cordial e lhe dando as boas vindas. Isto não é mágico?


ALOHA!


JVOTI AMGE – MENOR ADOLESCENTE DO MUNDO

É uma pessoa com 15 anos de idade, 50 centímetros de altura e pesando 5 quilos.Vive na Índia e é considerada a menor adolescente do mundo.
Jvoti tem estatura de uma criança de um ano, sofre de uma forma rara de nanismo (achondroplasia) e sua estatura atual corresponde à sua altura máxima.

Devido à sua baixa estatura, Jyoti precisa usar roupas e jóias feitas sob medida. Ela dorme numa pequena cama e usa pratos e talheres especiais, compatíveis com seu tamanho, já que os utensílios de tamanho normal são muito grandes para ela.














Apesar dessas dificuldades, ela encara sua condição de forma bem natural. Freqüenta uma escola regular, em Nagpur, onde tem a sua própria mesa e cadeira e não é discriminada por nenhuma das colegas.
Embora saiba que não pode mais crescer, Jyoti afirma que não tem nenhum problema com sua estatura:
"Sinto-me orgulhosa de ser pequena. Eu adoro todas as atenções que recebo."


Parece uma bonequinha!

É lindinha mesmo!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"FINGI SER GARI POR 8 ANOS E VIVI COMO UM SER INVISÍVEL"

É meramente impossível depois de lermos esta matéria antiga de 2003, mas não ultrapassada, continuarmos olhando indiferentes para estes e outros "anjos" que apesar de serem humildes, anônimos, são pessoas, são reais e são filhos do mesmo Deus, por tanto, nossos irmãos!

"Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da "invisibilidade pública". Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social " (Plinio Delphino - Diário de São Paulo)

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são "seres invisíveis, sem nome".
Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da "invisibilidade pública", ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: "Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência", explica o pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. "Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão", diz.
Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.

Fernando a direita na foto ao lado com uniforme laranja.
Diário – Como é que você teve essa idéia?
Fernando Braga da Costa – Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.

Com que objetivo?
A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis. Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação?

Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?
Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial, porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Dê um exemplo?
Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: "É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão".

Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente?
Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari. Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente. As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?
Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger.

Eles testaram você?
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?

Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando – professor meu – até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma coisa."
http://www.consciencia.net/comportamento/gari.html

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A CIDADE MAIS FRIA DO MUNDO -YAKUTSK-

Shaun Walker escreveu esta reportagem para o jornal britânico The Independent, a Revista da Semana e para o NeoSeganet Reporter.

"A 5°C negativos o frio pode ser refrescante. A 20°C negativos a umidade no nariz se congela e fica difícil não tossir. A 35°C negativos a pele exposta ao ar fica dormente e a necrose é um risco. E a menos 45°C até usar óculos fica complicado.
O metal gruda no rosto e nas orelhas e rasga pedaços da pele quando você decide tirá-los.

Sei disso porque acabo de chegar a Yakutsk, lugar onde os amistosos nativos me alertaram para não usar óculos ao ar livre. Yakutsk é uma cidade remota na Sibéria Oriental (população: 200 mil), famosa por aparecer no clássico jogo de tabuleiro Risk (versão do War) e por deter a fama de ser a cidade mais fria da Terra.
Em Janeiro a média fica em torno de 40°C negativos. A névoa que cobre a cidade restringe a visibilidade a 10 metros.
Moradores em pesados casacos de pele passam pela praga central, adornada por uma árvore de Natal congelada e uma estátua de Lenin.

Sendo assim, antes de me aventurar pela primeira vez nas ruas de Yakutsk, me encapotei com toda uma mala de roupas.
Eis o que estou vestindo: um par de meias de algodão com um par de meias térmicas por cima; um par de botas; ceroulas térmicas; uma calça jeans; uma camiseta térmica; uma camiseta de mangas compridas; um suéter justo de caxemira; um abrigo esportivo; um casaco acolchoado de invemo com capuz; um par de luvas finas de lã (para que eu não exponha a pele quando tirar a luva externa para fazer fotos); um par de luvas de lã; um cachecol de lã; e um boné, também revestido de lã.


Botas feitas de peles de animais.

Saindo do quarto como se fosse o boneco Michelin, e já suando por causa do sistema de aquecimento do hotel, decido que estou pronto para encarar Yakutsk. Caminho porta afora e... bem... não acho tão ruim .
Pessoas aguardando o ônibus.


Logo descobri que, ali, temperaturas na casa dos 40°C negativos são descritas como 'frio, mas não muito frio'.
A pequena fresta do meu rosto que está exposta registra o ar frio, mas no geral a sensação é boa... até agradável. Desde que você esteja vestido corretamente, penso eu, não é assim tão ruim. Em poucos minutos, porém, o clima gélido passa a se impor. A pele exposta começa a dar pontadas e depois fica adormecida, o que aparentemente é perigoso, porque significa que o fluxo de sangue para o local parou. Então o frio penetra pela dupla camada de luvas e congela meus dedos. O boné e o capuz tampouco são páreo para os 43°C negativos e minhas orelhas começam a pinicar. Em seguida as pernas sucumbem. Finalmente me vejo com dores agudas pelo corpo todo e tenho de voltar a um ambiente fechado. Olho no relógio. Fiquei ao ar livre por 13 minutos.
Yakutsk é a capital de Yakutia. região que abrange mais de 2.6 milhões de quilômetros quadrados e onde vivem menos de 1 milhão de pessoas. A cidade fica a seis fusos horários de Moscou, mas a viagem leva seis horas num precário avião Tupolev. A passagem custa pelo menos RS 1,8 mil ida e volta, uma enorme quantia num país em que o salário médio é de RS 930 por mês.
Não há ferrovia até Yakutsk. As outras opçõs são uma viagem de 1,6 mil quilômetros de barco
subindo o rio Lena, nos poucos meses do ano em que ele não está congelado, ou então a 'estrada dos Ossos', uma rodovia de 2 mil quilometros construída por prisioneiros do Gulag (o sistema penal soviético).
Em Yakutsk a maioria dos carros é de importados japoneses de segunda mão, que aparentemente resistem melhor ao frio do que os veiculos russos tradicionais. Ainda assim, os moradores costumam deixar o motor funcionando se vão parar apenas por meia hora, e alguns deixam-no ligado o dia inteiro, durante o expediente de trabalho, para garantir uma temperatura minimamente tolerável na volta para casa. A fumaça dos escapamentos contribui para a névoa que paira sobre a cidade.

A região foi inicialmente conquistada pelos russos na década de 1630.
No século 19 era usada como prisão aberta para dissidentes políticos. Anton Chekhov, em sua Jornada de 1890 pela Sibéria, pintou um quadro sombrio da vida dos prisioneiros dali. 'Eles perderam todo o calor que ja tiveram', escreveu. 'As únicas coisas que lhes restam na vida sao vodca, vagabundas, mais vagabundas, mais vodca... Não são mais seres humanos, mas bestas selvagens.' Lenin e Stalin foram dois dos presos políticos exilados em Yakutsk.
As aulas só são suspensas quando o termômetro cai abaixo de 55 graus Celsius.
A região é rica em ouro e diamantes, razão pela qual os soviéticos decidiram transformar Yakutsk num importante centro regional, primeiro com o sistema de trabalho forçado do Gulag, depois colonizando a região com milhares de voluntários em busca de aventura, melhores salários e a chance de construir o socialismo no gelo.
A megaempresa Alrosa, responsável por 20% da oferta mundial de diamantes brutos, tem sua sede na região.
Com o tempo Yakutsk virou uma cidade de verdade, com hotéis, cinemas, uma ópera, universidades, entrega de pizza e ate zoológico.
Apesar de os nativos manterem estoicamente seus afazeres e de criancas brincarem na neve da praça central, percebo que preciso de um táxi para continuar minha exploração Os 13 minutos que passei ao ar livre me deixaram sem fôlego, praguejando e cheio de dores, o meu rosto tão vermelho que parece que acabo de voltar de uma semana no Caribe. Desabo na cama do hotel e preciso de meia hora para voltar a sentir meu corpo. A parte mais desagradável começa 15 minutos depois, quando as pernas, de volta a temperatura habitual, sentem uma caibra quente sendo irradiada de dentro para fora, e todo o corpo começa a coçar.
Vou ao mercado, cheio de gente vendendo peixe, porcos e coração de cavalo, tudo congelado. 'É claro que faz frio, mas você se acostuma', diz Nina, uma yakut que passa oito horas por dia de pé na sua banca de peixes. 'Os seres humanos se acostumam com qualquer coisa.'Mas ainda assim o nível de resistência é dificil de compreender.
Os operários continuam trabalhando na construção civil até os 50°C negativos (abaixo disso o metal se torna quebradiço) e as aulas só são suspensas quando o termômetro cai abaixo de menos 55°C (embora o jardim-de-infância feche com menos 50°C). Quase sem exceção, as mulheres se cobrem da cabeça aos pés com peles, muitas delas produzidas ali mesmo. Nesse clima a ética pouco importa. 'Vi na televisão que na Europa existem lunáticos que dizem que não é legal usar pele porque eles amam os animais', diz Natasha, uma moradora de Yakutsk que veste um casaco de coelho e um encantador chapéu de raposa ártica. 'Deveriam vir para cá para ver se ainda se preocupam tanto com os animais. Aqui você precisa vestir peles se quiser sobreviver."